Balança & Espada

"A justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força bruta; a balança sem a espada é a impotência do direito" (JHERING)



Jurisprudência

quinta-feira, 6 de abril de 2017

PRECE

Prece é admiração, reverência. Prece é receptividade ao milagre que nos cerca. Prece é render-se à beleza, à grandeza, à essa existência fantástica. Prece é um diálogo não-argumentativo com a existência. Não é uma discussão... é um diálogo de amor. Você não argumenta... simplesmente sussurra palavras doces.
Quando um homem se apaixona por uma mulher, ele sussurra palavras doces em seu ouvido. Quando um homem se apaixona pela existência, é o mesmo romance. Prece é romance. É fantasia; é ficar disponível ao miraculoso. Muitas pessoas perderam a capacidade de orar porque perderam a capacidade de maravilhar-se, de admirar-se. Você vê milhares de maravilhas, todos os dias, mas não se admira mais. Seus olhos estão tão cheios de poeira e de informações que você não vê mais nada. Uma semente está brotando, e você não vê nenhuma maravilha. Uma nova folha está nascendo, e você não vê. Um passarinho cantando, e nada acontece dentro de você. Um pavão dança, e nada dança dentro de você. Uma nuvem branca flutua no céu, e você fica impassível. Então, a prece é impossível.


A prece precisa de um coração poético, amoroso. Aborde a realidade mais poeticamente; não seja muito científico, racionalista. Não pense que você sabe; nada é realmente conhecido — a ignorância é absoluta, suprema. Quando você entender que nada é conhecido e que a ignorância é suprema, terá novamente aqueles olhos bonitos que tinha quando criança.
(...)
Prece é a capacidade de se admirar, de se maravilhar; aquela capacidade que você tinha quando criança, e que perdeu. Reivindique-a. No dia em que seus olhos maravilhados se fecharam, Deus tornou-se não-existencial para você. Abrindo novamente esses olhos, você se reencontrará pulsando. Ele está muito próximo... aqui em volta... ele está dentro e fora.

OSHO (Bhagwan Shree Rajneesh), A Divina Melodia, São Paulo, Editora Cultrix: 1993, p. 129 e 130.

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