Balança & Espada

"A justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força bruta; a balança sem a espada é a impotência do direito" (JHERING)



Jurisprudência

sábado, 8 de abril de 2017

CONSCIÊNCIA ESPONTÂNEA

Kabir diz: Algumas pessoas vivem através da sensualidade, da satisfação do prazer; outras, através da lei, da autoridade. Aqueles que vivem satisfazendo suas paixões estão sob o jugo da natureza; os que vivem na lei estão sob  jugo da sociedade. As pessoas que vivem pela lei são cidadãos muito respeitáveis; em toda parte serão tidos como boas pessoas, como todos deveriam ser. Mas são apenas múmias, cadáveres controlados pelo Estado; não têm uma alma própria.
Eu gostaria de dizer-lhes uma coisa: não existe mandamento que não possa ser quebrado, nem os que eu digo, nem os que foram ditos por outros Budas. Não há mandamentos que não possam ser quebrados, pois um mandamento é uma coisa morta e você é um ser vivo. Não estou dizendo: "Vá e quebre-os!" Estou simplesmente dizendo que não há mandamento que não possa ser quebrado. O fator decisivo tem que ser a sua consciência espontânea. Você tem que ver as coisas a partir de sua própria consciência, e não pelo instinto do corpo, nem pelo intelecto, modo de entender da sociedade. Você tem que olhar para dentro de seu ser, totalmente alerta, ver o que deve ser feito, e viver de acordo com essa compreensão. Esse é o caminho da transcendência.


Por isso o segundo sutra é para a espontaneidade. O primeiro é para a transcendência, e a espontaneidade é o caminho para a transcendência. Se algum dia você realmente quiser ir além da natureza e da sociedade — e Deus está além de ambas —, então você terá que seguir um caminho tremendamente arriscado: o da espontaneidade. Terá que ouvir seu próprio coração. A sociedade corrompeu-o; por isso terá que se limpar, como estivesse separando o joio do trigo. Você terá que ficar continuamente em guarda, pois a sociedade é ladina; ela coloca coisas que ficam tão enraizadas, que parecem ser sua própria consciência, mas não são.
É por isso que a consciência de todos difere: a consciência de um cristão é diferente da de um hindu, ou de um muçulmano. Mas como a consciência pode ser diferente? Essas consciências são falsas, foram criadas. A verdadeira consciência é igual, a mesma para todos. A verdadeira moralidade é uma só: se você nasceu no Oriente ou no Ocidente, se é branco ou negro, não faz diferença.
Se existe algo diferente, deve ser a sociedade que ensinou, que colocou coisas no fundo de você, que ficam manipulando você. Não seja um escravo dos instintos, nem da sociedade. Assim, nascerá a verdadeira religião, a religião transcendental, que está além de todas as religiões, E isso traz verdade e benção.

OSHO (Bhagwan Shree Rajneesh), A Divina Melodia, São Paulo, Editora Cultrix: 1993, p. 141 e 142.

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